Retrato da Morte 4º episódio – “Diferentes ângulos de uma verdade”
Ao contrario do falante advogado Bruce, Guilherme SBTista era mais cauteloso e desconfiado, jurista de primeira classe, vencia todas as causas.
— Dr. Guilherme SBTista, queria informações sobre o caso Amaral em especial a acusada do crime?
— Segundo as evidências totalmente culpada. Ela não teve a menor chance contra meu pai que cuidou do caso na época. Mas o que me chamou a atenção foi por ser um caso fácil demais, a ré não demonstrou qualquer reação. O charlatão do Bruce fez bem o seu papel, mas Vitória Amaral parecia estar longe, talvez estivesse usando uma estratégia diferente do seu advogado, se contradisse várias vezes. O fato foi que ela matou o marido deliberadamente por estar sendo trocada por outra.
— Qual sua opinião sobre a ré?
— Parecia uma criatura frágil, delicada... Na verdade, foi inteligente, apelou para os sentimentos do júri...
— Um verdadeiro contraste em relação à outra mulher do processo, Danny Bond. Desde o início, os jurados não mostraram qualquer simpatia para com ela. Ela por sua vez nunca perdeu o sangue-frio. Muito bonita, determinada, moderna. Foi muito honesta, disse que havia se apaixonado por Pablo van Gogh Amaral e não tinha nenhuma vergonha de dizer que ia tirá-lo da esposa e da filha. O tribunal, contudo, não mostrou qualquer simpatia. E o juiz não gostou dela. Fez claras insinuações que a razão do crime foi pelas provocações.
— O juiz chegou apoiar a teoria da defesa, de suicídio?
— Essa teoria era insustentável, Bruce chegou até chorar no tribunal tentando demonstrar que por uma cobrança de consciência Pablo cometera o suicídio para ter uma saída honrosa, mas isso não era verdade. Era um fanfarrão, egoísta que só pensava em si mesmo, alegre, duvido que possa sentir remorso por algo. No passado inclusive, começou namorar Vitória sem levar em conta que seu amigo estava apaixonado por ela na época. Além disso, era um pintor de péssima qualidade, não fosse pelo dinheiro de Vitória, teriam passados muitos apuros financeiros. Não sei como aquele quadro horrendo está valendo toda esta fortuna.
— Mas Dr. Bruce acha que ele é um excelente pintor.
— Aquele pobre diabo? Nunca será um Pablo Picasso.
— Não havia nenhuma linha de defesa alternativa?
— Provas não faltavam. Ela tinha manuseado o veneno... admitiu mesmo tê-lo furtado. Existia o meio, o motivo, a oportunidade... tudo.
— E se estas provas foram plantadas? Pelo que soube havia várias pessoas na casa da família no dia do ocorrido. Acha uma ideia insustentável?
— Infelizmente, acho.
No dia do crime além da ré, estavam presentes os irmãos Cavalcanti, amigos da família desde a escola. O mais velho é um pacato fazendeiro Fehlipe que tem como hobby lidar com ervas e plantas medicinais. Um passatempo perigoso... mas uma criatura afável.
O irmão dele Mateus, era o oposto, sujeito arrogante, talvez por isso fosse o melhor amigo de Pablo van Gogh Amaral. É bem sucedido empresário. Em comum é o fato dos dois serem solteiros.
Danny Bond acredito que era capaz de matar Vitória Amaral, mas Pablo não, com certeza.
Camille a irmã mais nova de vitória e a filha do casal Tarsila Rosa, impossível... uma criança de cinco anos cometer um assassinato, fora de cogitação.
Sobre Rasputia, a governanta, surgiram boatos na época que ela tinha uma paixão secreta por Pablo, mas eram apenas especulações maldosas. Rasputia sempre foi devotava à família Amaral.
Dr. Lord Vader estava presente na ocasião por ter ido consultar Rasputia que havia se sentido mal e acabou ficando para o almoço, muito oportuno sua presença por sinal.
— Tem uma excelente memória Dr. Guiherme SBTista, lembra muitos detalhes, talvez se o advogado de defesa fosse o Sr. O desfecho pudesse ter sido outro...
— Na verdade este caso foi um dos mais marcantes que me lembro.
— O que foi mais marcante? As testemunhas? Os advogados? O juiz? A ré no banco?
— Exatamente, a ré no banco. Nunca vou esquecê-la... E uma coisa estranha, como se fosse um romance. Mas tudo se centrava nela. O interesse... o drama. E, contudo, durante grande parte do tempo, ela não estava lá. Tinha partido para qualquer lado, distante... tinha apenas deixado ficar o corpo, inerte, atento, com aquele sorrisinho delicado nos lábios, parecia apagada. E, no entanto, mesmo assim, era mais viva do que a outra...
Uma mulher sedutora e determinada. Eu admirei a Danny Bond, porque ela tinha coragem, porque era capaz de dar luta, porque enfrentava os seus atormentadores e não se intimidava diante dos olhares de reprovação e inveja!
Mas admirei Vitória Amaral, porque ela não combatia, porque se refugiava no seu mundo de meias luzes e sombras. Ela nunca foi derrotada, porque nunca deu luta.
— Só tenho a certeza de uma coisa. Ela amava o homem que matou. Amava-o tanto que parte dela morreu com ele...triste fim.
— Soube que ela morreu na prisão, o senhor tem detalhes da morte?
— Não, estava viajando na ocasião, o que sei era que Vitória após cumprir sete anos da pena, ia ganhar a liberdade condicional por bom comportamento, mas no dia da sua saída houve um incêndio no presídio e ela acabou morrendo entre as vítimas, seu corpo nem pode ser reconhecido.
Próximo episódio
“Nem tudo é o que parece”
Mais personagens entram em cena.
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Obrigada! 🌹🌹🌹
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