O sono do futuro | Repórter Recreio

O primeiro Repórter Recreio falará sobre dois temas pertinentes: sono e tecnologia. Na verdade, o que um faz pelo outro. Até que ponto o vício por telas pode incomodar o momento em que descansamos? E a tecnologia pode ser usada como aliada? Leia!

Tablets, PCs e smartphones. A tecnologia mais acessível em nosso redor é a nossa aliada e a nossa adversária ao mesmo tempo. Aliada essa que facilita a comunicação e nos traz qualquer informação, de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora do dia. Por outro lado, o uso indisciplinado de tais gadgets na hora de irmos para a cama a noite é bastante comum entre os usuários. É sobre esse comportamento que vamos abordar nessa edição do Repórter Recreio.

Revista Exame | 20/01/16

Estima-se que passamos um terço de nossas vidas dormindo. Passávamos, pelo menos! Pesquisa recente indica que ficamos mais horas diante das telas do que dormindo. O Fórum Econômico Mundial reuniu cinco mil usuários que garantem que mesmo dormindo menos, a qualidade de vida é maior. Brasileiros, chineses, alemães, americanos e sul-africanos participaram da pesquisa.

Da pesquisa citada acima, 50% dos usuários afirmam que suas vidas são melhores graças a tais tecnologias, que os aproximam virtualmente de amigos. Mesmo que isso seja feito de maneira exagerada.

Consideramos as 24 horas do dia e as inúmeras vezes que mexemos no celular para olhar as notificações ou propriamente usar o PC/tablet é considerado um tempo igual ou superior no qual dormimos, informa a pesquisa.

Mas e se uníssimos o útil ao agradável?

Podemos driblar o tempo em que dormimos e nos sentirmos tão descansados como se tivéssemos dormindo durante horas. Mas isso ainda está por vir, ou seja, num futuro talvez mais próximo do que imaginamos.

Essa afirmação foi feita por David Samson, pesquisador do sono da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Com base em um estudo que prova que humanos dormem “de forma mais eficaz” do que nossos ancestrais primatas mais próximos, cientistas creem que é possível reduzir as horas totais de sono a cada noite ao melhorar o ambiente em que se dorme.

Para que isso seja possível, esqueça que você vá dormir numa cama igual a sua. O formato de um colchão em cima de um box sob quatro pés ficará no passado. A cama que os cientistas projetam é algo muito semelhante com que ilustra a imagem acima. A base de estudos é dormir da melhor maneira possível, com um silêncio absoluto e o máximo de conforto possível, visto que quanto melhor a posição em que dormimos e mais aconchegados estamos, o sono tende a ser mais profundo. E quanto mais profundo dormimos em uma ambiente bom, as dispostos estaremos no dia seguinte.

Quando nós mudamos o ambiente e não o ambiente que nos muda!

“Por centenas de anos temos manipulado nossos ambientes, não o contrário. Não há motivo pelo qual não possamos usar a ciência para dar mais um passo adiante e continuar a otimizar o sono. Penso que, com o tempo, veremos cada vez mais cápsulas com controle de luz e temperatura se popularizando nos lares no futuro”, disse Samson, antes de comentar que já existem tais dispositivos em estágios iniciais, ainda que caríssimos.

Ao longo do tempo, os seres humanos deixaram de dormir em árvores. Mudamos para o solo, passamos a dormir perto de fogueiras e, mais tarde, fomos para as camas, onde ficamos mais confortáveis e seguros, com menos medo de “predadores”. Agora temos um sono mais profundo, chegamos ao REM mais rápido e perdemos menos tempo com sono leve do que os primatas, de acordo com a pesquisa. A previsão é que continuaremos evoluindo nesse campo com ajuda da tecnologia.

“Qualquer médico ou pesquisador sério te dirá que dormiremos menos no futuro”, disse Dasgupta. “O tempo de sono total tem caído há anos. Nos anos 70 dormíamos de 7 a 8 horas, hoje de 6 a 7. Fazendo alguns cálculos, nos próximos 40 a 50 anos o número pode reduzir para 5 a 6 horas.”.

Sim, provavelmente dormiremos 5 horas por noite, apenas! Em 2055, quem sabe?!...

Semana que vem tem mais Repórter Recreio e você pode mandar sua sugestão de pauta pra gente! Mande pelo email do Recreio siterecreio@gmail.com e também participe pelos comentários!