Sociedade em Foco | bem-vindos à "geração mimimi"
O Sociedade em Foco não voltaria tão cedo assim. Não seria tão curto o espaço entre a coluna passada e esta. Porém, um caso recente me induziu a fazer este texto e comentar sobre um assunto que vem me deixando bastante inquieto.
Recentemente polemizou na internet a foto de uma família fantasiada para o Carnaval. Um pai, vestido de Aladdin, ia com sua esposa e seu filho, que estava fantasiado de Abu, o macaquinho de estimação e melhor amigo do jovem personagem. O que polemizou, no entanto, foi o fato do garotinho que estava fantasiado de Abu ser negro.
Segundo a geração "politicamente correta", o pai teria sido racista ao fantasiar o filho de macaco, animal que é constantemente associado a pessoas negras em declarações racistas (muito comum em arquibancadas de futebol para intimidar jogadores afro-descendentes).
Mas será mesmo que o pai teria tido a intenção de ridicularizar seu próprio filho, e compará-lo a um macaco? Não seria apenas mais uma fantasia, como outra qualquer? Não seria possível olhar a fantasia do menino como um dos personagens mais espertos da ficção, e como o melhor amigo de Aladin? Não. O politicamente correto só enxergou o menino como um macaco.
O que esse pessoal não sabe é que o mesmo menino já havia aparecido fantasiada de muitos outros personagens, mesmo antes da polêmica foto viralizar nas redes. O famoso Chaves e o Pequeno Príncipe foram algumas das fantasias já utilizadas no garotinho. E se fosse um menino branco vestido de macaco? Com certeza não causaria uma gota de polêmica.
Episódios como este, e como o famoso caso do BBB, onde um dos participantes se vitimizou ao ver uma esponja que representava um afro-descendente, mostram que vivemos uma época onde o humor e a liberdade de expressão estão totalmente ameaçados.
Família já usou fantasias diferentes (Foto: G1)
Certo que o racismo em si é algo desprezível, mas hoje estamos vendo coisa onde não tem. Vestir um menino de macaco, sejamos sinceros, poderia ser sim uma expressão de racismo, se houvesse a intenção. Sem a intenção, o menino estava apenas vestido de macaco, de Abu.
O que não necessariamente o diminui de nenhuma forma. Um macaco é um animal como qualquer outro. Agindo de maneira vitimista, só geramos mais divergência e ódio entre diferentes segmentos da sociedade. Muitas das vezes, "o racismo está nos olhos de quem vê".
Exageros como os citados acima fazem da nossa a geração mais fresca da história deste país.
Na próxima, trarei a continuação do texto sobre o Marxismo Cultural. Até breve, e obrigado!