Dia Internacional da Mulher – O sexo frágil mostra sua força
Anualmente é comemorado no dia 08 de março o Dia Internacional da Mulher. A data foi reconhecida pela ONU em 1977.
As origens são controversas, cercadas de lendas e alguns fatos acontecidos, entre elas o incêndio em uma fábrica de tecidos em Nova York no dia 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company. Era comum alguns proprietários de fábrica da época, incluindo o da Triangle, usarem como forma de contenção de motins e greves o artifício de trancar os funcionários na hora do expediente. No momento em que a Triangle pegou fogo, as portas estavam trancadas.
Dia 08 de março de 1917 as mulheres russas trabalhadoras do setor de tecelagem entraram em greve e reivindicaram a ajuda dos operários do setor de metalurgia. Essa data entrou para a história como um grande feito de mulheres operárias e também como prenúncio da Revolução Bolchevique. No entanto, desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.
O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.
A principio o objetivo do Dia da Mulher era a luta por direitos como o voto e melhores condições de trabalho, com o passar do tempo a data foi tomando outras conotações e agregando novos ideais tais quais liberdade sexual, alertar sobre a violência contra as mulheres, a luta por igualdade de gêneros. Mas assim como outras datas, foi perdendo a importância e o sentido original, se transformando em mais um dia festivo e comercial onde o capitalismo segue ditando as regras.
Como um paradoxo, alguns movimentos que dizem lutar pelos ditos direitos femininos atualmente, colocam esta em uma situação delicada como a Marcha das Vadias por exemplo. Muitos olham as mulheres como um simples objeto e isso reflete nas artes incluindo a música, o pior, muitas gostam.
A seguir alguns nomes de mulheres que se destacaram em suas respectivas áreas e na história.
Maria
Independente de religião, Maria foi escolhida para ser a mãe do Salvador, merece ser lembrada com carinho e respeito.
Madre Tereza
Agnes Gonxha Bojaxhiu conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá ou Beata Teresa de Calcutá foi uma missionária católica albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana, beatificada pela Igreja Católica em 2003. Considerada por muitos como a missionária do século XX.
Irmã Dulce
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce, Beata Dulce dos Pobres ou Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo recebido o epíteto de "o anjo bom da Bahia", foi uma religiosa católica brasileira.
Joana D’Arc
Joana D’Arc se transformou em uma figura mítica após ter ajudado a França a vencer a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), empreendida contra a Inglaterra, entre os séculos XIV e XV. Após a expulsão dos britânicos, os nobres franceses, representados pelo rei Carlos VII, temerosos de uma forte aliança popular entre Joana D’Arc e a população camponesa, entregaram-na para os ingleses. Joana foi morta como herege, queimada na fogueira, no ano de 1430 sob a acusação de bruxaria .
Rosa Parks
Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks, foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Jaqueline Kennedy
Jacqueline Lee "Jackie" Bouvier Kennedy Onassis foi a esposa do 35.º presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, e serviu como primeira-dama dos Estados Unidos durante a presidência de seu marido, de 1961 até 1963, quando ele foi assassinado. Os Estados Unidos não vivem sob a monarquia, mas Jacqueline Kennedy Onassis lhes emprestou um ar de realeza. Uma das mulheres mais famosas e fotografadas do mundo. Um mistério que inspirou pelo menos 25 biografias não-autorizadas
Princesa Diana
Diana Frances Spencer, também conhecida mundialmente por Lady Di, foi uma aristocrata, filantropa e a primeira esposa de Charles, filho mais velho e herdeiro aparente de Isabel II do Reino Unido. Diana morreu em um acidente automobilístico com o namorado Dodi Al-Fayed, herdeiro da cadeia de lojas Herrod´s, enquanto era perseguida por paparazzis.
Margareth Thatcher
Margareth Thatcher, em 1979, tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha. Foi a precursora do neoliberalismo e seu governo durou 11 anos.
Maria Curie
Cientista, Maria Sklodowska (1867-1934) tomou o sobrenome de seu marido, Pierre Curie. Por sua nação de origem, Polônia, deu nome a um elemento químico. Pioneira no estudo da radioatividade, obteve dois prêmios Nobel.
Frida Kahlo
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon foi uma das personagens mais marcantes da história do México. Patriota declarada, comunista e revolucionária Frida Kahlo, como ficou conhecida, teve uma vida de superações e sofrimentos que refletidos em sua obra a tornaram uma das maiores pintoras do século.
Sobre sua obstinação em pintar auto-retratos, 55 ao todo, que representam um terço de toda sua obra ela justificava dizendo: “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”.
Anita Malfatti
Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora, Anita Malfatti é considerada a primeira representante do modernismo no Brasil. Ela nasceu em São Paulo em 2 de dezembro de 1889 e faleceu aos 74 anos em 6 de novembro de 1964.
Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista no Brasil, ao lado de Anita Malfatti.
Princesa Isabel
Princesa Isabel (1846-1921) foi regente do Império no Brasil. Filha de D. Pedro II, assinou a Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no país. Em tempo, o nome completo da Princesa Isabel era: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon d'Orléans.
Maria Quitéria de Jesus, a Mulan brasileira.
Maria Quitéria de Jesus lutou nos batalhões nacionalistas nas guerras de independência e não deve ser vista como mais uma exceção em meio a mulheres inativas e silenciosas. Conta-se que comandou um batalhão de mulheres. Nascida no dia 27 de julho de 1792 na Bahia, ainda criança assumiu o comando da casa e a criação dos dois irmãos mais novos. Mulher bonita, altiva e de traços marcantes, Maria Quitéria montava, caçava e manejava armas de fogo. Tornou-se soldado em 1822, quando o Recôncavo Baiano lutava contra os portugueses a favor da consolidação da independência do Brasil. Mesmo advertida pelo pai de que mulheres não iam à guerra, fugiu e, ajudada por sua irmã Teresa, cortou os cabelos, vestiu a farda de seu cunhado e ainda tomou emprestado seu sobrenome, Medeiros. Ingressou no Regimento de Artilharia, onde permaneceu até ser descoberta, semanas depois. Foi então transferida para o Batalhão dos Periquitos e à sua farda foi acrescentado um saiote. Sua bravura e habilidade no manejo das armas foram destaques desde o começo de sua vida militar. Em julho de 1823, quando o Exército Libertador entrou na cidade de Salvador, foi saudada e homenageada pela população.
Maria da Glória Sacramento
Na metade do século XIX, algumas mulheres começaram a reivindicar seu direito à educação. No Brasil, por exemplo, as mulheres puderam se matricular em estabelecimentos de ensino somente em 1827. O direito a cursar uma faculdade só foi adquirido 52 anos depois. Apenas em 1887 o país formaria sua primeira médica.
As primeiras mulheres que ousaram dar esse passo foram socialmente segregadas. O ensino proposto, só admitia meninas na escola de 1º grau, sendo que estudos de grau mais alto eram destinados somente aos meninos. As professoras sempre ganhavam menos, e as que protestavam contra esta situação eram severamente punidas, como foi o caso de Maria da Glória Sacramento, que teve seu salário suspenso por se recusar a ensinar prendas domésticas.
Nísia Floresta Augusta
Primeira mulher brasileira a defender publicamente a emancipação feminina: Nísia Floresta Augusta (1810 -1875). Pioneira na luta pela alfabetização das meninas e jovens, fundou uma escola inovadora na cidade do Rio de Janeiro, marco na história da educação feminina no Brasil. Também foi uma das primeiras mulheres a publicar artigos em jornais de grande circulação. Nísia Floresta já considerava que a ideia de superioridade masculina possuía um vínculo com a educação e as conjunturas da vida. Compreendia também que as diferenças entre os sexos são construções sociais e que não justificam a desigualdade.
Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935) Nascida Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a carioca recebeu educação musical desde pequena. Seu marido - ela casou-se aos 16 anos -, no entanto, a proibiu de tocar piano. Apaixonada por música, Chiquinha largou o marido e ingressou no meio musical e boêmio do Rio de Janeiro, tornando-se compositora e maestrina. Além da carreira na música, foi uma importante ativista pró-abolição e chegou a vender composições de porta em porta para libertar o escravo músico Zé Flauta. A compositora e pianista estréia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”. É a primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma orquestra. Precursora do chorinho, Chiquinha compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a primeira marcha carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”. Escreveu ainda 77 peças teatrais.
Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis (1825-1917), escritora, jornalista, musicista e professora primária de uma classe mista e gratuita em Guimarães, Maranhão, defendeu a abolição em jornais, com poemas, charadas, contos, e no primeiro romance brasileiro de autoria feminina: Úrsula (1859). Foi descrita como tendo pele escura, cabelos grisalhos presos com um coque. Era muito querida e apreciada em sua cidade. É mais lembrada como mestra das primeiras letras do que como escritora. No entanto, deveríamos sempre destacar sua defesa do escravo, a coragem de seus argumentos e a dignidade que concedeu a seus personagens. Ela enfatizou os castigos injustos, a péssima condição da vida dos escravos, visando comover o leitor – estratégia empregada por escritoras de outras nacionalidades, que não se sabe se chegou a conhecer. Em termos de Brasil, suas preocupações e o modo com que as colocou são precoces e incomuns.
Maria Lenk
A primeira sul-americana a competir nas Olimpíadas, Maria nasceu em São Paulo, filha de imigrantes alemães. Bateu três recordes mundiais de natação e enfrentou muito preconceito por ser mulher no esporte - ela foi excomungada por um bispo de Amparo (SP) por nadar. Em 1998, ela ganhou três medalhas (duas de prata e três de ouro) no torneio mundial de natação na categoria Masters e lutou toda a sua vida pela igualdade de direitos no esporte.
Cora Coralina
Seu verdadeiro nome era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nascida em Goiás, em 20 de agosto de 1889 foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina é uma das principais escritoras brasileiras e um verdadeiro exemplo. Publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade. O poema “Coração é Terra que ninguém vê" é uma de suas obras.
Cecília Meireles
Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa. Retrato e Canteiros são alguns de seus poemas.
Ágata Christie
Agatha Mary Clarissa Christie, popularmente conhecida como Agatha Christie, foi uma escritora britânica nascida na Inglaterra que atuou como romancista, contista, dramaturga e poetista. Rainha do Crime, soberana dos romances policiais, vendeu bilhões de livros pelo mundo e foi traduzida para 45 línguas, sendo ultrapassada em vendas somente pela Bíblia e por Shakespeare. Ao todo, é autora 66 novelas policiais, 163 histórias curtas, duas autobiografias, vários poemas, e seis romances “não crime” com o pseudônimo de Mary Westmacott. Pioneira em criar desfechos impressionantes, verdadeiras surpresas para os leitores, seus textos seguem fascinando as novas gerações.
Maria da Penha
Maria da Penha Maia Fernandes é uma brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Vítima de violência doméstica, a biofarmacêutica lutou anos na Justiça para que seu ex-marido fosse condenado por dar-lhe um tiro enquanto ela dormia que lhe deixou paraplégica. O agressor foi julgado e condenado, mas conseguiu não ser preso por uma série de recursos da defesa. Maria não desistiu e levou sua denúncia à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Maria da Penha, que aumenta o rigor das punições às agressões contra a mulher, quando ocorridas no ambiente doméstico ou familiar. Na prática a lei precisa e muito evoluir, mas foi sem dúvida um passo importantíssimo.
Marina Silva
Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, é uma historiadora, professora, psicopedagoga, ambientalista, e política brasileira filiada ao Rede Sustentabilidade. Um forte nome na política brasileira.
Dilma Rousseff
Dilma Vana Rousseff é uma economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores e atual presidente da República Federativa do Brasil. Foi a primeira mulher eleita como presidente do Brasil e vive um período turbulento, marcando seu governo pelas pérolas ditas.
Hebe Camargo
Hebe Camargo foi uma apresentadora de televisão, cantora e atriz brasileira, tida como a "rainha da televisão brasileira". Nasceu 8 de março de 1929, em Taubaté e morreu no dia 29 de setembro de 2012 por conta de uma parada cardíaca em São Paulo.
Impossível colocar o nome de tantas personalidades femininas marcantes, elas vão desde santas, rainhas, princesas, camponesas, até mulheres frutas, BBBs e MCs. Contudo, o importante é que as mulheres sejam respeitadas não somente neste dia, mas em todos os outros e que estas se deixem respeitar. Acima de ideologias e pensamentos, a mulher é um ser especial que pensa, sente e luta.
Vocês podem enriquecer a Coluna citando mulheres marcantes que admiram em qualquer esféra.