Sobre a esquerda
A forte doutrinação marxista que tenho recebido em minhas aulas na faculdade me deixou receoso sobre o futuro, porque agora sei que até o final do semestre, ao menos a metade da minha turma terá virado esquerdista, o que me faz pensar sobre todos os outros universitários que estão sendo vítimas deste mal e da perspectiva trágica de futuro que isso nos dá.
Hoje em dia, mesmo que queiramos ficar em cima do muro em debates que envolvam a esquerda e a direita, não conseguiremos. Porque a verdade é que o mundo está dividido entre estas ideologias, e muito do que você pensa te leva automaticamente para um destes lados. O discurso esquerdista é muito persuasivo e conveniente às massas, pois ele fala em um mundo melhor, igual e maravilhoso. O problema, no entanto, não é desejar isso. O problema são os meios que a esquerda usa para alcançar este fim, se é que realmente eles querem este fim ou se fazem dele apenas um pretexto para ambições maiores.
Por isso, a partir de hoje, refletiremos sobre a esquerda, para não cairmos em suas armadilhas. Veremos os três pilares básicos dela, que são a Equivalência, a Justiça Social, e a “Causa maior que tudo”. Hoje trataremos deste primeiro.
Equivalência
O esquerdista diz que quer a igualdade, este é seu discurso oficial. O problema, no entanto, é que a esquerda não luta pela igualdade de indivíduos, mas sim pela igualdade de classes. Por isso, o esquerdista sempre será seletivo e colocará determinada classificação acima do indivíduo.
Imagine um indivíduo chamado Carlos. Ele tenta uma vaga para um emprego e perde esta vaga. Carlos é negro. Em uma atitude sensata, antes de julgarmos o que aconteceu, no mínimo iríamos querer saber das circunstâncias: ele foi discriminado durante a entrevista? O contratante deixou claro que é racista? Carlos possui as qualidades necessárias para aquele emprego? Se sim, por que razão não o conseguiu? O esquerdista, no entanto, não irá querer saber destas circunstâncias. Ele se limitará a dizer: “Por ser negro, ele não foi aceito”. Percebe-se como a análise do indivíduo em si, e de seus atributos, são deixados de lado. No lugar, ignora-se todas as circunstâncias e leva-se em conta apenas a classe ou grupo social ao qual ele pertence para resumir tudo o que ocorreu, numa clara divisão social.
Este costume da esquerda de dividir a sociedade em classes gera o princípio da Equivalência, que é a expectativa de que sempre, em qualquer ramo da sociedade, todas as classes serão representadas. Sendo assim, se for divulgada uma estatística dizendo que, em determinada cidade, negros recebem mais multas que brancos, os esquerdistas não vão querer saber das circunstâncias que envolvem este índice, eles irão dizer, de imediato, que isso só acontece porque a polícia odeia os negros. Ou seja, o esquerdista espera que haja uma igualdade em todas as estatísticas.
Um outro bom exemplo deste princípio nós tivemos recentemente na cerimônia do Oscar, que gerou polêmica simplesmente porque nenhum negro foi indicado em categoria alguma. Ainda que alguns negros fossem indicados, a polêmica persistiria, pois alguém levantaria uma estatística dizendo que, por exemplo, dos indicados, apenas 5% é negro. A esquerda quer, portanto, a equivalência. E por que isso não é possível?
Simplesmente, porque a sociedade é movida pela meritocracia. Da mesma forma que só consegue um emprego quem realmente está qualificado para tal, só ganha o Oscar quem realmente mereceu. Aqui não importa a classe a que pertence o indivíduo, você não pode ignorar o merecimento de alguém e dar uma vaga para outro alguém simplesmente para fazer com que todas as classes estejam sendo representadas.
Se formos achar que só porque uma estatística que aponta uma discrepância ente negros e brancos, homens e mulheres ou gays e heteros indica que o grupo menos representado está sendo prejudicado e vitimizarmos tal grupo, então seria correto dizer que os times da NBA, maior competição de basquete do mundo, são comandados por gente que odeia brancos, haja vista que 80% dos jogadores da NBA são negros. Ora, onde está a representatividade branca? Já imaginaram como seria o mundo se tudo tivesse que ser igualmente dividido, priorizando a equivalência e deixando de lado o merecimento e as circunstâncias?
Será que um médico, por exemplo, perderia tempo estudando para salvar a vida de alguém, sabendo que no final das contas receberá o mesmo que recebe um taxista, pelo bem da “igualdade” expresso até na renda? O serviço de quem é mais imprescindível à sociedade?
Mas há aqueles que argumentam: “Ora, se, então, o que impera é o mérito, por que o Neymar recebe mais que um médico?”. Simplesmente, porque nós demos a ele este merecimento. Como já vimos aqui, a indústria do Entretenimento domina a mente das pessoas, por isso elas tendem a dar mais valor ao entretenimento. Este valor é expresso na nossa procura pelos agentes que fazem o entretenimento acontecer. Os milhões que os agentes do entretenimento ganham são colhidos aos poucos de cada um de nós através dos nossos comentários e da repercussão que ajudamos a construir, da audiência que damos a um artista, dos CD’s que compramos de um cantor, do canal fechado que assinamos para ver o Neymar jogar, e por aí vai. Se achamos injusto, então que nós mesmos passemos a dar mais da nossa atenção a quem achamos que merece.
E são exatamente os que merecem que estão ganhando dinheiro atualmente, salvo exceções que envolvem a corrupção. Mas a esquerda vai tocar o coração das massas ao dizer que “muitos têm pouco e poucos tem muito”, e é aí que entra o debate sobre o capitalismo.
Capitalismo
Basicamente, o Capitalismo é um sistema que se mantém com o consumo e pela busca do lucro, por parte de todos. Ao contrário do socialismo, aqui não há divisão de bens, por uma simples razão: não há geração de grandes quantidades de riqueza em um sistema que a tudo divide igualmente. Se você iguala as funções de todos, você ignora a capacidade de cada um, e isso gera uma sociedade contraprodutiva. O avanço existiria em uma sociedade assim?
Vejam o exemplo de Cuba: ainda que todos os recursos básicos sejam divididos por lá, as pessoas vivem na miséria, pois muitas vezes precisam de mais do que é oferecido. Sendo um instrumento do Estado, toda a economia é afetada, e a riqueza não é gerada. Em Cuba também há desigualdade: quem possui um carro fabricado nos anos 40 ou 50 possui status de quem tem uma Ferrari aqui no Brasil. Portanto, a prosperidade não é um objetivo da esquerda, porque a prosperidade só existe no Capitalismo.
Para que prosperemos, é preciso que haja avanços nas ciências em geral: precisamos desenvolver pesquisas para a fabricação de novas tecnologias. Tais pesquisas só podem ser feitas se houver recursos para tal, e os recursos só vem através do lucro. Se todo mundo ganhasse apenas o suficiente para viver e o lucro não fosse permitido, não sobraria dinheiro para aplicarmos no desenvolvimento de áreas fundamentais. Mas você pode pensar: “Eu posso viver sem tais tecnologias”. E sem remédios, pode viver?
Pegando mais um exemplo atual, a vacina do Zika Vírus, para ser desenvolvida, precisará de um investimento de 30 milhões de reais, que serão destinados à pesquisa. Em um país socialista, tal investimento jamais seria possível. Ou seja, o próprio avanço da medicina, que necessita de pesquisas que exigem a aplicação de investimentos pesados, só é possível graças ao capitalismo.
Tudo isso nos leva a uma conclusão simples: no socialismo, somos iguais na miséria, e no capitalismo, somos desiguais na abundância; o que é melhor? [É bom ressaltar que, quando falo em desigualdade aqui, refiro-me ao padrão de vida, e não ao fato de uns serem ricos e outros passarem fome. A função do governo é garantir ao cidadão as condições básicas de vida]. E, sejamos sinceros, querer ter mais que o outro e acumular riqueza é próprio do ser humano. Somos individualistas por natureza, e essa onda de ostentação que estamos vivendo no Brasil só prova isso. Em outras palavras, o capitalismo somos nós.
Na semana que vem falaremos da Justiça Social, que é uma das maiores bandeiras da esquerda, e a mais incoerente de todas.