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Douglas Nascimento

Sociedade em Foco | Podemos ter um Bolsonaro competitivo em 2018?


Há alguns meses, ao observar a pergunta que deu título a esta coluna, minha resposta seria diferente da que expressarei ao longo deste texto. O meu antigo ponto de vista, Bolsonaro teria nas eleições presidenciais de 2018 apenas a oportunidade de consolidar seu eleitorado e, dessa forma, preparar caminho para uma futura eleição. Eleição esta em que poderia sim obter um número expressivo de votos. Hoje, em decorrência dos sucessivos acontecimentos que provocaram verdadeiro terremoto na política nacional, tenho uma nova visão sobre o assunto. O objetivo deste texto não será debater as propostas ou defender o ponto de vista do polêmico deputado, e sim analisar o possível cenário presidencial nas eleições de 2018.


Mesmo sem ter o apoio da grande mídia e a visibilidade de outros parlamentares, é impossível negar que Jair Bolsonaro cresce a cada dia no cenário político nacional. Com o apoio incessante de seus eleitores e admiradores, o deputado vem aumentando seu percentual de aceitação do eleitorado a cada pesquisa. Para um político que até pouco tempo era conhecido apenas no Rio de Janeiro, tamanha aprovação é um feito e tanto. Na última pesquisa Datafolha, por exemplo, Bolsonaro aparece com índices percentuais bem superiores aos de candidatos "nanicos" da última eleição, como Luciana Genro. Ele também aparece empatado com gente experiente já consolidada em todo o país, como o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes.


Outro fator que claramente poderá favorecer a candidatura de Jair Bolsonaro é que uma onda conservadora tomou conta de nossa sociedade. Melhor reformular esta frase, pois nosso país sempre foi e é formado por pessoas, em sua maioria, conservadoras. Acontece que essa maioria permanecia adormecida, enquanto assistiam calados os “progressistas” dominarem as universidades, a mídia e as escolas. O deputado carioca é o típico conservador brasileiro, suas ideias são bem aceitas por boa parte da população. Não é muito raro se deparar com alguém que o conheceu através de um texto tendencioso na internet e, pesquisando melhor sobre os verdadeiros ideais do deputado, passou a apoiá-lo.


Esses dois pontos mencionados acima podem fazer com que Bolsonaro chegue a, pelo menos, disputar com nomes de peso da política nacional em 2018. O PT, que está longe de ser conservador, ainda tinha o apoio de dependentes dos benefícios sociais, Atualmente, o partido de Lula e Dilma encontra-se praticamente acabado. Os escândalos de corrupção que favoreceram o declínio do Partido dos Trabalhadores também atingiram diretamente o PSDB, com nomes como o de Aécio Neves envolvidos na Lava-Jato. A pacatez e falta de firmeza de Marina Silva não passa a confiança política pedida pela população. Bolsonaro chega como uma alternativa aos nomes que estampam as campanhas presidenciais há anos, uma nova oposição, que não se curva ao politicamente correto, que tem a coragem de combater a decadência moral e econômica em que nos encontramos.


Porém, como nem tudo são flores, há um fator que atrapalha e ainda pode atrapalhá-lo bastante no futuro. Bolsonaro necessita ser menos impulsivo e calcular bastante suas expressões antes de falar publicamente. Gênero impulsivo faz com que o deputado caia em “armadilhas” como a preparada pelo “CQC” ou, mais recentemente, pela atriz “gayzista” Ellen Page. Bolsonaro necessita pensar mais em uma discussão. O pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, Ted Cruz, mostrou bem como confrontar e vencer Ellen Page em um debate com argumentos consistentes e precisos. Falar por exemplo, que o Regime Militar iniciado em 1964 deveria ter matado mais pessoas em uma sociedade que foi doutrinada desde cedo a ter os militares como os únicos vilãos do período, enquanto quem praticava guerrilha e luta armada é tratado como o herói que lutava pela democracia (?), é assinar o próprio atestado de óbito.


Excluindo-se este “contra”, Bolsonaro mostra-se como um nome bastante forte para a disputa presidencial de 2018. Se a esquerda brasileira já teme e tenta de todas as formas desqualificar Jair Bolsonaro, em 2018 pode ter muito mais trabalho a fazer.


 

Obrigado pela leitura, e até o próximo Sociedade em Foco.

Não perca, em breve, a série O Articulador, da Senhorita Rosa.

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