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  • Douglas Marques

Justiça Social



Na semana passada, falamos sobre um dos pilares da esquerda, que é a Equivalência. Hoje falaremos sobre o segundo pilar: a Justiça Social.


A Justiça Social se assemelha à equivalência, pois ela nada mais é do que um esforço para se igualar todos os grupos de uma sociedade. A diferença aqui, no entanto, é que a igualdade pode ser promovida, além da redistribuição de renda, através também do fornecimento de direitos ou reparações históricas. A esquerda se apodera deste conceito para usá-lo como pretexto para seu objetivo principal: a supremacia estatal. Eles se autoproclamaram os agentes da Justiça Social e constituem, assim, uma espécie de “monopólio da virtude”. Por isso, é importante sabermos quem eles acabam cativando com seu discurso.


Minorias


As minorias constituem todo grupo social que se sente submetido e julga estar sendo oprimido por uma força maior; são homossexuais, negros, mulheres, muçulmanos, defensores dos animais, etc. Tais grupos lutam por seus direitos e pela igualdade, mas acabam caindo na armadilha da esquerda quando esta finge ser a favor de sua causa, quando não é. Por exemplo, os esquerdistas que levantam a bandeira da causa gay são os mesmos que aporovam o antigo regime de Fidel Castro, que, historicamente, foi responsável pela perseguição e morte de muitos gays (o próprio Fidel já admitiu tal perseguição). Isso para não falar do Jean Wyllys posando vestido de Che Guevara para uma revista, mesmo sabendo que este foi o responsável pelo fuzilamento de vários gays.


Ou seja, os revolucionários da esquerda não ligam para a causa das minorias, mas eles fingem que ligam porque precisam de militância para ir às ruas, precisam de massa de manobra para apoiá-los – e cativar este tipo de pessoas é fácil: basta fingir que estão lutando por eles e os representando. Carentes de representatividade e esperançosos de uma sociedade que os incluam, as minorias caem no discurso da esquerda, e assim se transformam, tal como denominou Gramsci, em “idiotas úteis”.


Uma das formas que a esquerda tem de promover a Justiça Social é a reparação histórica de erros do passado. Por isso, no Brasil, alguns direitos são concedidos aos negros em detrimento das demais pessoas; porque no passado eles foram escravizados. De certa forma, este meio de se promover a Justiça Social é contraditório, pois acaba por cometer injustiças. Será que temos alguma dívida pelos erros dos outros? Vejam os alemães, por exemplo, será que eles devem pagar pelo erro que um maluco cometeu ao matar 6 milhões de judeus? Quando as cotas, por exemplo, tiram a vaga de alguém que estudou para entrar em uma universidade, isso não é uma forma de cometer uma injustiça? Então como podemos estar falando de Justiça Social?


A Direita defende que a menor minoria de todas é o indivíduo, sendo ele gay, negro, pobre ou o que for. Acreditamos que todo o tipo de classificação social é prejudicial e dificulta a igualdade, uma vez que reforçar a ideia de que as pessoas pertencem a classes específicas e isoladas só as diferencia umas das outras. Por isso, não enxergamos cores, gêneros ou condições, mas sim pessoas. Já a esquerda, ela não quer saber quem você é, ela só quer saber a que grupo você pertence.


Então, concluímos algo óbvio: toda vez que alguém bate no peito e diz ter orgulho de ser negro ou gay, esta pessoa não está praticando um ato de igualdade, mas sim reforçando o seu pertencimento a um grupo específico; e a igualdade não se constrói em grupos, mas sim no todo. Ainda assim, nosso governo esquerdista não enxerga algo tão simples, e insiste em promover medidas que só fazem dividir a sociedade. Estas medidas são todos os tipos de ações afirmativas e bolsas do governo, que sempre tiram algo de alguém para dar a outrem sem qualquer relação de merecimento. Vamos, porém, analisar aqui apenas uma delas: as cotas.



Cotas


O primeiro erro das cotas é presumir que a etnia de alguém, ou o grupo social ao qual este alguém pertence, determina a sua incapacidade, seja intelectual ou financeira. Embora haja mais negros em condição de pobreza e de acesso difícil a uma educação de qualidade, os problemas que as cotas se destinam a resolver são dois: pessoas pobres e pessoas sem uma educação adequada. Se queremos resolver tais problemas, que identifiquemos quem não teve uma boa educação e quem não tem condições financeiras, e que aí sim podemos dar a estas as chances que merecem. No entanto, o que o Estado faz? Generaliza ao atribuir à cor da pele as desvantagens que alguém carrega. Fossem todos os negros pobres e inadequadamente educados, tal atribuição até seria coerente, mas não é o caso.


O segundo problema é ainda mais grave: as cotas são um desserviço à luta pela igualdade. A igualdade não será atingida ao forçar a entrada de alguém em algum meio só para que haja uma convivência: se os meios são artificiais, o efeito não é natural – neste caso, o efeito é pior. Quando concedemos privilégios a algum grupo, estamos diferenciando este grupo do resto, e, como já dissemos, toda diferenciação vai contra a igualdade.


O terceiro problema é óbvio: estar em uma universidade exige pré-requisitos. Você não entra em uma universidade para aprender o que deveria ter aprendido no fundamental ou médio. Partindo da premissa de que se está oferecendo uma vaga a alguém que não foi adequadamente educado para ser capaz de consegui-la mediante esforço próprio, qual será a consequência de colocar uma pessoa assim em um ambiente que dela exige esta adequação?


Sendo assim, o acesso à Universidade através das cotas pode até causar ao cotista uma experiência traumática: diante de um possível fracasso, ele julga ser incapaz para os estudos e perde a esperança de continuar estudando, quando na verdade ele é sim muito capaz, mas só não tem ainda o ensino básico que deveria ter para estar ali. Em outras palavras, as cotas configuram a ilusão de um sonho realizado que se converte em um pesadelo devastador, em muitos casos. Elas também prejudicam negros e pardos ao estigmatizarem-nos. Uma vez que as cotas são vistas de forma negativa pelas pessoas, no futuro muitos podem associar qualquer proficional negro com um cotista, e julgar que eles são despreparados, gerando ainda mais preconceito.



Oportunidade



Em geral, o vitimismo das minorias se sustenta em um argumento básico e recorrente: a falta de oportunidade. Com o advento da internet, porém, um mundo de oportunidades se abre a quem quer que seja, pois ela não faz distinção de classes. É um espaço democrático. Se o governo concedesse ao povo apenas o sinal da internet e deixasse todo o seu usufruto por conta deste, todos teríamos as mesmas oportunidades, pois estaríamos diante do mundo inteiro: das tendências, atualizações, notícias, inovações, informações, e aprenderíamos o que quiséssemos. Quem estuda em escola ruim, mas tem acesso à internet e se utiliza disso para perder tempo em Facebook, não pode reclamar de falta de oportunidade. Nosso sucesso não vem dos outros, mas sim da nossa vontade. Desenvolveremos mais este assunto em um outro texto.


O Perigo


O Perigo da Justiça Social é muito sutil: quando a esquerda se apropria do monopólio do exercício da igualdade e se autoproclama o grupo defensor desta, ela cria em seu entorno um escudo muito sólido, pois aqueles que forem contra seu discurso, serão automaticamente taxados de opressores, ou aqueles que não querem a igualdade, daí vem os famosos termos: machista, fascista, racista e homofóbico. Se você já debateu com alguém que se diz da esquerda e esta pessoa não lhe taxou destes termos em menos de 5 minutos de debate, este cidadão não é esquerdista. A Direita, por outro lado, não é contra a igualdade, mas sim ao perigo que se tem ao fazer uso da igualdade como um pretexto. Isso porque, pela igualdade, a liberdade é afetada.


A esquerda, no papel do Estado, dirá o que é melhor para que todos sejam iguais, e para isso ela vai tirar de quem tem para dar aos que não tem, aumentando o domínio do Estado sobre os indivíduos e os tornando cada vez mais vulneráveis: um lado dependente, o outro lado sofrendo a imposição de limites. É neste momento que o indivíduo perde sua autonomia e o Estado ganha controle total. Isso implica em totalitarismo, que implica em ditadura. Por esta razão, praticamente todos os regimes socialistas são ou foram ditaduras. Não é uma coincidência.


Mas o que isso significa? Que não devemos promover a Justiça Social? Não, devemos promovê-la e fazer a nossa parte, mas nunca delegar ao Estado o papel de quem decide o que é melhor em todos os casos.

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